Depois de vencerem as eleições de 2022, mantendo um cinturão de aliados do presidente Lula (PT) em 8 dos 9 estados da região, os governadores do Nordeste se preparam para um novo desafio.
Com a força acumulada nas urnas, querem emplacar aliados nas prefeituras das capitais em 2024.
Mas o cenário eleitoral não é simples, e a expectativa é que as cidades protagonizem embates duros nas eleições municipais.
Sete das nove capitais nordestinas têm prefeitos que são adversários dos governadores, sendo seis deles prováveis candidatos à reeleição no próximo ano.
Diante do cenário adverso, governadores montam suas estratégias para driblar as dificuldades e unir aliados em torno de candidaturas competitivas.
Em alguns casos, além da hegemonia política, uma vitória na capital pode representar a derrocada de um potencial adversário em 2026.
Em Pernambuco, o entorno da governadora Raquel Lyra (PSDB) defende múltiplas candidaturas de oposição para enfrentar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), tido pelos próprios adversários como favorito à reeleição.
O objetivo é tentar forçar um segundo turno.
Aqui na Bahia, a estratégia é oposta. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) articulou uma candidatura única para enfrentar o prefeito Bruno Reis (União Brasil), que disputa a reeleição na condição de favorito com o apoio de ACM Neto.
A tarefa de unir uma base heterogênea não foi fácil, mas após meses de negociação o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) foi sacramentado como pré-candidato ontem.
No comando do Governo da Bahia há 17 anos, o PT enfrenta o paradoxo de nunca ter vencido em Salvador, mesmo tendo disputado 9 das 10 eleições municipais desde a redemocratização.
Maceió (AL) é outra capital em que a eleição será uma espécie de segundo round da disputa estadual, opondo aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e do senador Renan Calheiros (MDB).
O prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), disputa a reeleição com o apoio de Lira e deve polarizar com um nome do MDB, partido do governador Paulo Dantas.
São cotados o deputado federal Rafael Brito e os deputados estaduais Cibele Moura, Dr. Wanderley e Alexandre Ayres.
Dentre as nove capitais nordestinas, o PT vê suas melhores chances em duas capitais de estados governados pelo partido: Ceará e Piauí.
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